domingo, 16 de outubro de 2011

Um pouco da história do movimento estudantil alternativo


*revisado: 20:21 - 16/09
"Ninguém nos representa!"

Em 2009 entrou em vigor a emenda 010/2008 que previa a redução dos passes estudantis de 120 para 44, bem como o fim do pagamento da chamada “tarifa social” aos domingos. A data escolhida pelo poder público foi o dia do trabalhador 1 de maio. Em resposta aos desmandos da administração pública influenciada pelos "tubarões" do transporte, seu deu a criação do Movimento Meia-Passagem (MMP) em assembleias de estudantes da UFAM. Naquele momento o sentimento de rebelião estava latente entre os universitários, havendo um forte senso de solidariedade e ajuda mútua entre os estudantes que estavam se organizando.

O motivo para o surgimento do MMP pode ser entendido pela necessidade de organização coletiva. Sem dúvida, o descrédito naquele momento, em relação aos líderes oficiais dos estudantes (DCE-UFAM, UNE e UEE), impulsionou a criação de uma referência onde se evitaria a noção de liderança e construção permanente do movimento em público, sendo uma resposta à paralisia que os estudantes enfrentavam ao deixarem decisões importantes nas mãos de poucos e suas comissões de negociação.




O MMP contou com apoio de todos os lados. Destacamos na UFAM o apoio da Associação de Docentes da Universidade do Amazonas (ADUA) e do Núcleo de Ciência Política do Amazonas (NCPAM). Possibilidades que permitiram distribuição do informativo PASSE A FRENTE e diversos debates na UFAM com políticos, como José Ricardo (PT) que denunciava as falcatruas dos poderosos contra a população. Duas "sexta-cultural", chamadas de Luau Levante e Lute, foram realizadas pelo MMP no campo da antiga Faculdade de Educação Física (FEF), hoje FEFF pela criação do curso de Fisioterapia. Cultural pois além das apresentações musicais ao vivo, manifestações  teatrais e poéticas, além de pirofagia, foram constantes. O dinheiro arrecadado permitiu a compra de um novo megafone e dois instrumentos de percussão. Mais de 15 atos públicos em diferentes pontos da cidade: Centro, Av. General Rodrigo Ótavio, Câmara Municipal de Manaus, Prefeitura de Manaus, Djalma Batista, etc.

O MMP procurou mobilizar as classes trabalhadoras, bem como secundaristas e outros setores da população manauara. Encontramos a solidariedade nas ruas como quando pessoas ofereciam águas aos estudantes em passeatas. Uma ruptura aconteceu, para quem não lembra no dia 06/05/2009, mais de 10 pontos da cidade tiveram ruas fechadas, algumas com barricadas, em protestos que estavam para além da luta por um transporte digno e de qualidade.

Tentativas para sabotar o movimento não faltaram. Nossos cartazes eram arrancados na UFAM pelos que não concordavam com nossa autonomia. Piadas e fofocas eram espalhadas para denegrir a imagem do movimento. Tentativas que apenas aumentaram a confiança na organização autônoma dos estudantes. Quem lembra daquela entrevista do prefeito de Manaus? "Os estudantes estão sendo manipulados", meia verdade para os estudantes da UFAM.

A luta continua! Solidariedade entre nós, guerra aos poderosos!

                           Foto: Manifestação no dia 09 de julho, terminal 1 ocupado!
                              Foto: Manifestação dia 04/05/2009 próximo da bola do coroado.
                       Foto: Mural feito pelo MMP no Mini-Campus. Para além do ICHL.

                         Foto: Cartazes no ICHL.

                       Confronto na CMM quando da aprovação do acordão feito com o prefeito e as supostas "liderenças" estudantis.



alguns links: Ncpam.com.br Afinsophia

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